Controle da varíola dos macacos em SP visa estabelecimentos de prestação de serviços; medidas são discutidas semanalmente em sala do comitê técnico operacional da Secretaria Municipal da Saúde
O comitê técnico operacional para o enfrentamento da monkeypox (varíola símia) na capital, implementado mês passado pela Secretaria Municipal da Saúde(SMS), definiu medidas sanitárias para prevenção e controle em estabelecimentos de prestação de serviços, como: restaurantes, supermercados, salões de beleza, academias, hotéis e motéis.
Vale ressaltar que o boletim Monkeypox reúne dados sobre total de casos confirmados, além de percentual de internações e orientações sobre sintomas e modos de transmissão da varíola símia
Controle da varíola dos macacos em SP
Além disso, o documento para controla da varíola dos macacos na capital paulista traz medidas gerais de prevenção para os estabelecimentos de prestação de serviços, nos ambientes de trabalho, bem como orientações sobre identificação, isolamento e rastreamento de contatos.
A recomendação é que as medidas já adotadas durante a pandemia de Covid-19, como higienização frequente de superfícies, disponibilização de recipientes abastecidos com álcool em gel 70% ou de pias com água e sabão para lavagem das mãos, sejam reforçadas. O documento está disponível na página da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) da SMS.
Tratativas
Contudo, o comitê está em tratativas com a Secretaria Municipal da Educação (SME) e com o Governo do Estado para definir os protocolos sanitários a serem seguidos pelas escolas.
De acordo com Melissa Palmieri, médica da Vigilância Epidemiológica da Covisa:
“Estamos trabalhando no detalhamento das diretrizes, mas, de forma geral, a orientação é que pais ou responsáveis não encaminhem seus filhos à escola caso a criança apresente qualquer suspeita de sinal ou sintoma de monkeypox, como lesões na pele associadas ou não a febre, ínguas, cansaço e dores de cabeça, musculares e nas costas e procurem imediatamente a Unidade Básica de Saúde [UBS] mais próxima de casa para avaliação.”
Também fazem parte do comitê as secretarias-executivas de Atenção Básica, Especialidades e Vigilância em Saúde, de Atenção Hospitalar, de Gestão Administrativa, de Regulação e Monitoramento e Avaliação e Parcerias. Além disso, membros do grupo se reúnem semanalmente para discutir as melhores condutas a serem adotadas de acordo com o cenário epidemiológico atual.
Sobre isso, o secretário municipal da Saúde, Luiz Carlos Zamarco, reforça:
“Nossas equipes técnicas avaliam e monitoram atentamente o cenário epidemiológico da monkeypox na cidade elaborando estratégias assertivas e eficazes de controle da doença, assim como fizemos com a Covid-19. A rede municipal está com toda a operação de atendimento, diagnóstico e monitoramento em pleno funcionamento para o enfrentamento da monkeypox.”
Ações e monitoramento de controle da varíola dos macacos
Desde maio, com o registro dos primeiros casos no mundo, a Covisa deflagrou alertas para a rede municipal, com orientações para busca ativa e monitoramento de casos suspeitos nos serviços de saúde. Posteriormente, foram adotadas outras medidas para conter a disseminação do vírus, como elaboração de fluxograma de atendimento, protocolo de assistência laboratorial e capacitações. Neste caso, em 2 de agosto foi realizada pelo canal de YouTube da prefeitura, e dirigida a profissionais e gestores de saúde e educação, com o intuito de explicar as medidas a serem adotadas para conter o avanço da doença no município.
Parcerias
Todavia, a SMS firmou uma parceria com o Conselho Regional de Enfermagem do município (Coren-SP) e com o Instituto de Infectologia Emílio Ribas (IIER) para habilitar enfermeiros como multiplicadores responsáveis por disseminar, em cada região da cidade, o procedimento correto para realização de coleta biológica para teste de monkeypox.
Treinamento
Inicialmente, foram treinados 60 profissionais de enfermagem das seis Coordenadorias Regionais de Saúde (CRSs) da capital e das Organizações Sociais de Saúde (OSSs) parceiras que deverão multiplicar para outros 600 enfermeiros da atenção primária. A capacitação foi dividida em quatro turmas de 15 enfermeiros multiplicadores e realizada de modo presencial na unidade do Coren-SP Educação. O curso foi ministrado por profissionais de enfermagem da educação permanente do Emílio Ribas.
Primeiro caso em São Paulo
O primeiro caso de monkeypox em São Paulo foi registrado no dia 9 de junho, e até o fim de agosto, o total de pacientes confirmados é de 1.912. Os dados são do Boletim Monkeypox, disponível no site da SMS.
Já o atendimento para os casos suspeitos de infecção vem sendo feito em toda a rede municipal de saúde, como Unidades Básicas de Saúde (UBSs), prontos-socorros e prontos atendimentos da capital.
Medidas gerais de prevenção – SMS recomenda à população:
- evitar contato íntimo, como beijar, abraçar ou manter relações sexuais com pessoas que tenham erupções cutâneas e ou que tenha tido diagnóstico confirmado para monkeypox;
- usar máscara (cobrindo boca e nariz) para proteção contra gotículas e saliva;
- não compartilhar roupas de cama, toalhas, talheres, copos, brinquedos e objetos de uso pessoal;
- higienizar frequentemente as mãos com água e sabão ou álcool em gel.
*Foto: Reprodução