Samba da periferia ocorrerá nesta segunda-feira no centro da capital paulista, com o espetáculo “Samba das Moças” de muita representatividade e protagonismo negro
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, traz o samba da periferia e as vozes das mulheres negras para o palco do Theatro Municipal. Trata-se do espetáculo inédito “Samba das Moças”, em comemoração ao Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha. A apresentação simboliza uma nova ocupação da mais emblemática casa de ópera da cidade, com mais diversidade de gênero e raça. E agora também com o protagonismo de artistas negras em um espaço historicamente branco.
Samba da periferia no Theatro Municipal
Esta é a primeira vez que Grazzi Brasil, Gabby Moura e Bruna de Paula, cantoras negras da nova geração, sobem ao palco do Theatro, às 20h. Além disso, os equipamentos culturais descentralizados receberão uma vasta programação em homenagem à data.
De acordo com a Secretária de Cultura Aline Torres:
“O Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha representa a força e potência das mulheres negras. Por isso, fizemos questão de celebrá-la com uma programação de artistas pretas, em um espaço emblemático como o Theatro Municipal, trazendo artistas que nunca haviam sequer pisado na casa para assistir a um espetáculo e agora assumem o protagonismo do palco.”
Ela disse ainda:
“Também vamos levar programação para todos os cantos da cidade, fazendo uma grande festa em celebração à mulher negra, latina e caribenha.”
Cerimônia
Abrindo a cerimônia, no hall do espaço, às 19h, a Comunidade Jongo Dito Ribeiro antecede a apresentação do Samba das Moças. O Jongo é uma dança brasileira considerada a mãe do samba, praticada ao som de tambores. A performance é composta por 11 integrantes, o que inclui: cantores, dançarinos e músicos com tambus (instrumento de percussão).
Na sequência, haverá um tributo a Dona Ivone Lara, Clara Nunes e Alcione. Todas elas grandes sambistas do país. O espetáculo musical será dividido em quatro blocos: Samba Ancestral, Samba Político, Samba Amoroso e Samba é Sonho. O showtambém contará com poemas da escritora Conceição Evaristo. Já a direção geral é de Iléa Ferraz e Jô Santana.
Dia da Mulher Negra, Latina e Caribenha
O Dia da Mulher Negra, Latina e Caribenha foi instituído em 1992, no 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, na República Americana. Na ocasião, o objetivo era dar visibilidade à luta das mulheres negras contra o racismo, exploração, machismo e misoginia. Sendo assim, a data se tornou um marco da resistência de mulheres negras. Aqui no Brasil, homenageia Tereza de Benguela, líder quilombola.
Programação descentralizada
Ainda sobre a celebração, a SMC inaugura a última escultura anunciada do projeto das estátuas de personalidades negras no dia 28, em Parelheiros. A escultura de Carolina Maria de Jesus será instalada na praça Júlio César de Campos, após a pasta ter alterado o local a pedido da família e de moradores.
Nas Casas de Cultura Hip Hop Sul e Cidade Ademar, a 4ª Edição do Festival Tereza de Benguela Mulheres Negras Latino-americana e Caribenha e Dia das Mulheres Africanas traz um bate-papo sobre um trançado periférico. E também discute as realidades socioeconômicas e o movimento negro, além de realizar shows musicais e workshops culturais com artistas mulheres negras das periferias de São Paulo, no dia 30.
Por fim, e também no dia 30, o Centro Cultural da Juventude promoverá o evento Feminagem ao Dia Internacional da Mulher Negra Latina-Americana e Caribenha. No espaço, haverá diversas atividades como: feira de artesanato, arte, moda autoral, gastronomia, palestra, intervenção circense, discotecagem e apresentações musicais, como DJ K-Mina, Paula Lima e Grazzi Brasil.
Ao longo do dia, empreendedoras mostram como, por meio do trabalho, os fomentos auxiliam na redução da pobreza, a partir da geração de renda e uma economia solidária com inovação criativa. As intervenções acontecem a partir das 11h.
*Foto: Reprodução